Olá Thaís,
Fiquei muito feliz por vc ter escolhido a minha resenha para comentar. Mas enfim, vamos aos questionamentos, rs.
Bom, primeiramente, quanto a ignorar ou não, eu acredito que no caso de Taylor, as zombarias se baseavam em informações que não eram verdadeiras. Acho que existem vários tipos de bullying, mas no caso em que as zombarias se baseiam em coisas inventadas por terceiros, eu acredito que os agressores parem depois de um tempo, pois estas informações acabam perdendo a relevância, perdem a graça. Porém, ela tentava o tempo todo rebater essas informações o que funcionava como um divertimento para os agressores. Sendo via internet, se ela simplesmente os bloqueasse, ou ignorasse os comentários, eles acabariam sem ter mais o que falar e as zoações provavelmente parariam. Quando é pessoalmente acho que o agressor tem o prazer de ver a cara da vítima, a expressão, o semblante, isto é que alimenta as agressões, não sendo necessário qualquer resposta direta para que eles continuem. Sendo via internet, a única coisa que eles têm são as respostas, as tentativas de rebater. Se eles não tiverem isso, eles não terão por que continuar.
Respondendo a sua outra inquietação, não, o filme não diz se o bullying face a face é pior ou melhor que o bullying via internet, deixando a nosso critério refletir sobre isso. Na minha opinião, ambos são ruins. O que o filme frisa bastante é o fato de que o bullying via internet é muito mais difícil de controlar, não existem leis contra isso, a escola não pode se responsabilizar, os pais não podem se meter. A única maneira de se defender é se distanciar das redes sociais em que esteja ocorrendo o bullying. Mas vai dizer pra um adolescente que ele precisa ficar longe da internet! Todos querem participar e todos possuem esse direito, então é bastante complicado.
Quanto às vítimas, no filme, elas afirmam que o bullying via internet chega a ser pior porque no bullying face a face, vc tem a sua casa como refúgio. Já o bullying via internet, ele te segue em todo lugar e em qualquer hora, porque é como se as vítimas se sentisse compelidas a entrar na rede social o tempo todo. Eles precisam saber o que está sendo dito, mesmo que eles sofram com isso.
Quanto a escola ser ou não omissa, na verdade eu me baseio nos meus tempos de escola, que não estão tão distantes, afinal eu terminem o ensino médio há menos de dois anos atrás, para dizer que sim, a escola é omissa. Não sei todas, mas pelo menos as que eu estudei, que foram todas públicas. Eu concordo com você, a escola possui o conhecimento, os próprios professores presenciam o que ocorre nas salas de aula, os inspetores presenciam o que ocorre nos pátios e nos corredores. A escola sabe o que acontece, mas ninguém sabe realmente como lidar com isso e é preferível ignorar os fatos do que pensar sobre isso e buscar soluções. E eu concordo com você que o que falta realmente é que esses assuntos sejam debatidos, desde os diretores até professores e inspetores.
Acho que outro problema é o fato de que muitos dos professores,não se preocupam com o que ocorre entre os alunos, eles só querem fazer o trabalho deles e receber o salário no fim do mês. Acho que eu ainda não sou professora, ainda não dei aulas, para me achar realmente no direito de julgar, sem dúvidas é uma profissão muito difícil. Mas eu acho que uma outra medida interessante é começar a resolver esses problemas na Universidade, na formação dos professores, fazer com reflitamos sobre as questões éticas e morais dentro da escola de maneira direta, para que possamos passar a acreditar e querer efetivamente fazer a diferença. Acho que a nossa disciplina já é um ótimo exemplo de que talvez essas mudanças não estejam tão distantes. Tenho certeza que nós, como futuros professores, se for muita arrogância ou ingenuidade dizer que faremos a diferença, ao menos tentaremos fazer a nossa parte, para que essas diferenças na educação brasileira ocorram.
Obrigada por comentar o meu filme Thaís e as inquietações são sempre bem vindas, afinal estamos aqui para pensar e refletir juntos, ou em rede.
Beijos.