O MILAGRE DE ANNA
SULLIVAN
The
Miracle Worker é um filme estadunidense de 1962, do gênero drama biográfico,
dirigido por Arthur Penn, e baseado no livro The Story of my Life, de Helen
Keller e na peça teatral de William Gibson.
Data de lançamento: 28 de julho de 1962 (Estados
Unidos)
Direção: Arthur Penn
Duração: 106 minutos
Música composta por: Laurence Rosenthal
Elenco: Anne Bancroft,
Patty Duke, Victor Jory, Andrew Prine, Inga Swenson, Kathleen Comegys
Prêmios: Oscar de melhor atriz, Óscar de melhor atriz
secundária, National Board of Review de Melhor Atriz
(Wikipédia - acesso em 09/07/13; as 11:26).
Resenha do Filme
O Filme de Arthur Penn, “O milagre de Anne Sullivan”, é
baseado na história real de Helen Keller, menina que, após uma grave doença infantil,
ficou surda e cega. O roteiro do filme foi elaborado a partir das memórias
escritas pela própria Keller, e acompanha os anos inicias da educação da menina
junto com a professora Anne Sullivan. O filme permite ao espectador acompanha
uma história de superação, mesmo se tratando de um filme marcado pelo moralismo,
um bom filme, especialmente por permitir uma boa reflexão quanto aos métodos
utilizados e os limites para se obter educação que faça sentido para a vida do
educando.
No filme, podemos destacar o esforço e a persistência da
educadora Anne Sullivan, que não se intimidou diante das dificuldades, mas, que
por vezes, demonstrou momentos de total impaciência, nos quais exerceu uma
pedagogia agressiva e pouco apropriada aos problemas da menina, que viesse a
auxiliá-la a alcançar seus objetivos educacionais.
Quanto à família de Helen, o "cuidado" dos pais,
aliado a um sentimento de piedade e tolerância a todos os atos da menina, demonstravam
quão despreparados estavam para lidar com a complexidade da situação,
permitindo assim, que Helen vivesse em um mundo sem sentido, até o momento em
que eles mesmos já não suportavam mais a total falta de compreensão sobre o
certo ou errado, a falta de discernimento da menina.
Podemos perceber, que
pessoas como Helen, ainda nos dias atuais são descriminadas em nossa sociedade,
e, palavras como piedade se confunde com amor, mas, assim como Anne Sullivan
não podemos confundir piedade com amor, e assim como ela fala ao pai de Helen
no filme, quando ele se mostrou agradecido por sua filha ter conseguido repetir
as letras e nomes ensinados por sua professora, por meio da linguagem dos
sinais, Sillivan alertou ao pai da menina, dizendo: “a obediência sem
entendimento também é um tipo de cegueira”, pois, que o que ela estava fazendo,
era apenas repetir o que havia aprendido, mas, ela não tinha discernimento
sobre o que estava fazendo, não dava sentido para as palavras que repetia. O
filme também trás algumas metáforas, onde a personagem faz uma comparação entre
a alma de Helen presa em seu corpo e a água embaixo da terra, esperando ser
tirada de lá para revelar vida. Outra ótima comparação acontece na cena do
nascimento do pinto, saindo do ovo, em que a professora de Helen (enquanto ela
segura o ovo, de onde o pinto estava saindo), dizendo que a galinha tem que
sair da casca um dia, e pede para que Helen também saia de sua casca. Uma outra
metáfora bastante simples, mas eficaz, diz respeito à cena em que Helen,
acostumada a “brincar de mexer os dedos”, soletra palavras (cujo significado
ela não compreende) para um cachorro, fazendo os movimentos na pata dele. O
cachorro não entende Helen, assim como Helen não entende a professora.
Os pais da menina
estão satisfeitos com a “domesticação” de Helen, enquanto Annie Sullivan
continua tentando fazê-la entender que aquilo que está ensinando é uma
linguagem, uma forma de comunicar-se com o mundo.
A luta de Annie por fazer Helen compreender continua por
todo o filme. No final, a chave que havia sido escondida por Helen no poço
aparece como metáfora da “chave” para fazer Helen entender. Numa cena
emocionante, Helen consegue finalmente compreender que aqueles movimentos em
sua mão, que soletram W-A-T-E-R (água) significam aquele líquido que ela tão
bem conhece, e que aquilo é uma linguagem, uma forma de se comunicar, algo
necessário para que ela se fizesse entender por sua família e por todos, algo
que poderia tirá-la do isolamento em que ela vivia.
O filme nos mostra o quanto é importante e decisiva a participação
familiar, que no caso de Helen seguiu de modo contrário, pois sua família a
restringiu inicialmente as portas educacionais. No entanto, consideremos que um
simples olhar sério a questão de Helen já seria o suficiente, conforme o
exemplo nos dado pela professora Anne Sullivan, que decidiu entregar-se de
"corpo e alma" àquele desafio que a vida lhe ofertara, assumindo um
papel distante de suas atribuições profissionais, deixando que os princípios
falassem mais alto em defesa daquela causa.
E assim, fica-nos a reflexão de que devemos olhar mais
atentamente a causa de nossos educandos. Lembrando também, que não temos
condições ou disponibilidades de modo integral tal como fez Sullivan, mas,
podemos cobrar tal dever de quem realmente tem responsabilidade, ou seja,
devemos cobrar da Família o cumprimento de seu respectivo papel. Para que
assim, possamos dispor de possibilidades de transformações, considerando que a
Educação só terá concretizações plenas (quanto a êxitos), se Escola e Família
trabalharem juntas, e isso, só será possível se cada um desses seguimentos
cumprirem com suas obrigações em prol de uma sociedade cada vez mais consciente de seus direitos e mais democrática.