Wiki do grupo 4 (autores: Raquel, Alice, Eunice, Jane)

As tecnologias surgem como produto do trabalho intelectual do ser humano. Seu modo de pensar suas práticas, costumes, crenças, modos de pensar que concretizam uma ideia defendida por um grupo. Neste sentido, Pierre Lévy (1999) infere que

As verdadeiras relações, portanto, não são criadas entre “a” tecnologia (que seria da ordem da causa) e “a” cultura (que sofreria os efeitos), mas sim entre um grande número de atores humanos que inventam, produzem, utilizam e interpretam de diferentes formas as técnicas. (LÉVY, 1999:23).

Tecnologia e modernidade caminham de mãos dadas e digitalizou uma nova cultura: a cibercultura. Mas, o que é cibercultura? Segundo Pierre Lévy (1999) cibercultura é o conjunto de técnicas materiais e intelectuais, de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores, que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço.

O ciberespaço, como explica Santos (2005), é muito mais que um meio de comunicação ou mídia. Ele reúne, integra, e redimensiona uma infinidade de mídias. Encontramos desde mídias como jornal, revista, rádio, cinema e tv, bem como uma pluralidade de interfaces que permitem comunicações síncronas e assíncronas a exemplo de chats, listas, fóruns de discussão, blogs, dentre outros.

A existência do ciberespaço é terreno fecundo para o desenvolvimento da inteligência coletiva.

O ciberespaço representa o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores, não especificando apenas a infra-estrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo (Levy, 1999).

Nas redes que se formam neste dispositivo de comunicação interativo e comunitário outros comportamentos surgem como de isolamento e de sobrecarga cognitiva, de dependência, de dominação, de exploração e mesmo de bobagem coletiva. Essas novas formas de comportamento humano são experimentadas como consequência da própria mutação técnica de ritmo desestabilizante.

Uma verdadeira revolução tecnológica invade as nossas casas e nem sequer temos tempo para entendê-las e interagir com elas em sua plenitude. Você já usou todas as funções de sua tv? Conhece as funcionalidades de uma tv digital? Como você, sua família e seus amigos se relacionam com as tecnologias digitais?

A velocidade de renovação e inovação das tecnologias e das informações nos remete a uma outra forma de lidar com o produto real e virtual. Há uma busca por se assimilar e compreender o que existe de mais novo em paralelo com a pesquisa de novas possibilidades de criação e inovação.

Lévy (1999) nos remete a possibilidades tecnológicas e do pensar que há poucos anos eram ditas como improváveis e surreais, em contrapartida hoje, na primeira década do século XXI, vivemos a construção de novos paradigmas que ressignifiquem o cotidiano de diversos povos.

Neste movimento vale a pena refletir se vivemos segundo as determinações das inovações tecnológicas ou se por elas nosso cotidiano é condicionado? As técnicas desenvolvidas nas últimas décadas são tidas como válidas para os mais diferentes povos?

A forma com que cada cultura interage com as inovações técnicas irá condicionar o surgimento de novas culturas, e este movimento se torna singular e ao mesmo tempo plural dentro e fora das sociedades de forma a atender os interesses revelados e implícitos de cada uma delas. Para Lévy (1999:26) "Muitas vezes, enquanto discutimos sobre os possíveis usos de uma dada tecnologia, algumas formas de usar já se impuseram."

De forma social os usuários utilizavam as interfaces do ciberespaço e/ou a web 2.0 para co-criarem informações e conhecimentos. Segundo Santos (2005) a geração net vem exercitando uma multiplicidade de identidades nas comunidades virtuais, baseadas em interesses comuns que compõe, seja participando de chats, lista de discussão, fórum, diários online . Assim, cabe-nos perguntar qual o lugar da educação no movimento da cibercultura
Uma das possiblilidades de pensar em educação e cibercultura é com a educação online. Santos (2005) define a educação online como “um conjunto de ações de ensino e aprendizagem ou atos de um currículo mediados por interfaces digitais que potencializam práticas comunicacionais interativas e hipertextuais” (pág 108). Para a autora, cada vez mais os espaços multirreferenciais de aprendizagem vem utilizando tal conceito como forma de potencializar a democratização da informação, comunicação e aprendizagem entre indivíduos geograficamente dispersos, lançando mão, para isso, de tecnologias digitais como os ambientes virtuais de aprendizagem, teleconferência e videoconferência.

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MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt">A educação online se apropria dos saberes produzidos pela cibercultura principalmente no que se refere a aprender com o outro e em conjunto, sendo este outro, o docente ou discente, construindo uma teia de aprendizagem em um sistema educacional que seja aberto, plástico, atemporal e ininterrupto Para que esse sistema educacional seja aberto faz-se necessário que o conhecimento seja construído a partir de trocas, diálogos, interações e transformações, considerando que tudo é relacional, indeterminado e está sempre em processo de vir-à-ser, da mesma forma que tudo é criado gradualmente, vivenciando o processo, explorando conexões, relações e integrações.

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MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt">Um dos principais aspectos relevantes que a cibercultura traz para a educação seja ela presencial ou online são as tecnologias intelectuais que se encontram no ciberespaço, a qual tem a potencialidade de ampliar e modificar diversas funções cognitivas humanas. Levy as classificam como memória, a partir de tecnologias como hiperdocumentos e arquivos digitais; imaginação, através da simulação; percepção, potencializados por sensores digitais, telepresença, realidades virtuais e, por último, raciocínios, através da inteligência artificial. Segundo este autor, todas essas tecnologias favorecem novas formas de acesso à informação e novos estilos de raciocínios de conhecimento.

MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt">Podemos ver aqui um exemplo da como se dá educação da e na cibercultura (imagem retirada do livro Sala de Aula Interativa:

MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt">Imagem do livro Sala de Aula Interativa de Marco Silva

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MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%; text-indent: 24.6pt">Referências Bibliográficas:

MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%; text-indent: 24.6pt; margin-right: 0px" dir="ltr">LÉVY, Pierre. Cibercultura (trad.Carlos Irineu da Costa). São Paulo: Editora 34, 1999, 264p.