Após o nosso encontro no moodle, encontro durente o
qual combinemos realizar nosso ensaio fotográfico sobre o ensaio “Línguas que não sabemos que sabíamos”,
importa-se fazer, ao meu ver, uma releitura do referido texto. Foi o que fiz e
vou aqui, como sugeriu Julio, colocar as minhas leituras desse texto e a sua
relação com nosso trabalho. Também, li as propostas de Julio e Cris e fiz algumas perguntas no final
O conto com o qual Couto começou esse ensaio
não deixou de me fazer pensar a respeito do que ele chamou de “idioma do caos”.
Ele se remete à enfancia mas, tão banal que pode parecer, me fez pensar aos animais.
Criaturas cujas, convivemos com elas desde tempos imemoriais; quem comunicam
entre eles e que portanto têm uma idioma
que não conhecemos ou entendemos. Alguém já se perguntou o que falam os animais
entre eles? O que dizem de nós humanos? O que querem nós dizer quando em
algumas circonstancias nós olham? De qualquer jeito, achei esta imagem a seguir
no meu face e queria colocar la:
Na p: 12 do
ensaio, Couto fala a seguinte: “O nosso
fito como produtores de sonhos, é aceder a essa outra língua que não é falável,
essa língua cega em que todas as coisas podem ter nomes. [...]”.
A partir deste
trecho, pensei primeiro à imagem ou a fotografia em si. Uma imagem carrega em
si, não uma língua só mas varias, devido aos contextos socioculturais em que
foi produzida e a realidade sociocultural que a imagem ou a fotografia esta
contando. Pode significar muitas coisas como ao mesmo tempo nada. Depende de
quem a olha.
Produzir um ensaio fotográfico, nos torna
produtores de sonhos e nos obriga a falar através das fotografias, varias
línguas juntos mas numa línguagem só. Fazer aparecer, uma diversidade de pontos
de vistas, de interpretações, de sentinos como fala o proprio Couto: “O que fez a espécie umana sobreviver não
foi apenas a inteligência, mas a nossa capacidade de produzir diversidade”.
O meu proposto é, “beber em varias fontes” (Alves
orgs, 2008), isto é procurar imagem de muitos lugares de maneira a representar
a diversidade (cultural e linguística) do que fala Couto. Mostrar o quanto é
importante as relações (solidariedade) entre pessoas, que esta sendo perdendo
em vários lugares do mundo. Isso torna as pessoas ou nações inteiras pobre.
Pobre do jeito que fala Couto na p: 20: “Nessas
culturas, o pobre não é apenas o que não tem bens, mas é sobretudo o que perdeu
a rede das relações familiares que, na sociedade rural, serve de apoio à
sobrevivença. O indivíduo é pobre quando não tem parentes. A pobreza é solidão,
a ruptura com a família”.
Contextualisar no nosso ensaio, a interação entre
homens e natureza, mostrar essa unidade entre homens e natureza que o autor
abordou a partir da p:21 e seguinte, seria, ao meu ver, algo imprescendível. E
com tudo isso, uma coisa que se precisa ter na mente: os meios tecnológicos que
temos a nossa disposição, não podem expressar todas as línguas : [...] A verdade é que, munidos de boa-fé,
os cientistas traziam, enfim, aquilo que na sua linguagem designavam por “kits
de educação”, na ingénua esperença de que a tecnologia é a salvação para
problemas de entendimento e comunicação”.
Minhas perguntas agora são: como vamos produzir nossas fotografias? E como vamos fazer nosso ensaio
fotografico recontando a história das “Línguas que não sabemos que sabíamos”? Vamos fazer só fotografias ou também textos?