Mediando o processo de aprendizagem

Quando as formas de comunicação apoiadas em redes eletrônicas são bem utilizadas, promove-se o relacional nas interações, elemento incentivador que ajuda a dar significados e objetividade a esse contexto. Do mesmo modo que a compreensão e apreensão de enunciados exigem uma postura ativa; ou seja, uma relação recíproca entre falante e ouvinte, ou uma relação entre os ditos e os presumidos, as interações dialógicas online também permitem construir conhecimentos, conceitos, relacionamentos, entre outros. Porém, os objetos de aprendizagem só ganham sentido pelas relações que mantêm com todo o restante; e ainda, os objetos são eles próprios redes de relações, contidas nas redes maiores de relações entre objetos. Assim, a realidade, em última instância, constitui-se em complexa teia de relacionamentos.

Nessa perspectiva, o processo de mediação pedagógica consiste no “estar junto, virtualmente”; envolve recriar estratégias de aprendizagem a partir das inter-relações de materiais , atividades e interações. Esse entrecruzamento, no entanto, só é possível quando se respalda em princípios educacionais que concebem o ensino e a aprendizagem de forma articulada; a não sintonia entre esses elementos implica a supremacia de um ou outro: se o foco for o ensino, privilegiam-se os materiais; se for a aprendizagem, as interações.

Gutierrez e Prieto (1994) afirmam que a mediação pedagógica dá sentido à educação. Os ambientes de aprendizagem, por sua vez, quando dinamizam as relações, geram situações que permitem desenvolver estratégias mediadoras que envolvem pesquisa e dão significado à aprendizagem. Em um contexto relacional, a mediação pedagógica demanda do professor abertura para o novo, flexibilidade e atitude reflexiva e crítica sobre sua prática pedagógica.

Diante das aceleradas mudanças, os indivíduos precisam aprender a executar novas tarefas e dar conta das antigas com eficácia, o que implica produzir novos conhecimentos e colocá-los em prática de forma rápida, sistemática e alinhada aos objetivos que deseja alcançar.

Considerando a dialeticidade entre o que vai ser aprendido e quem aprende, o papel do professor extrapola a facilitação da aprendizagem e se projeta para uma dimensão muito mais ampla e que se refere à questão da formação. A mediação pedagógica assume, então, que seu objetivo fundamental é: instigar o aluno para aprender; articular as condições mais adequadas para a aprendizagem; intervir quando as dificuldades se tornam muito difíceis; e orientar nas formas de conduzir o pensamento reflexivo de modo a consolidar a autonomia crítica. Em outras palavras, a mediação se projeta para a formação do sujeito capaz de pensar com independência, mas também com coerência.

Como formador, compete-lhe estimular o debate e a reflexão crítica, observando atentamente a participação dos alunos nas atividades e a forma como resolvem os problemas, intervindo no momento adequado, o que deve ser revestido de cuidados, para não interromper o processo de interação entre os alunos e a troca de idéias, dado que a dinâmica grupal, a exemplo de um hipertexto, pode ensejar novos caminhos a serem explorados. Assim, tal preocupação vai requerer do professor flexibilidade e senso de oportunidade para explorar as questões que emergem nas interações.