Wiki do grupo 3 (autores: Aline, Mariza, Cristiane, Miriam e Heloisa)
Que é cibercultura?
Quais as características da cibercultura?
Qual o papel das tecnlogias digitais e das redes na constituição da cibercultura?
Quais os fenômenos da cibercultura?
Quais as mudanças e desafios para os processos de construção do conhecimento?
Como educar na cibercutura?
Vamos em frente?
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Méa
Wiki do grupo 3 (autores: Aline, Cristiane, Miriam e Heloisa)
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Modificado: 6 abril 2010, 13:51 PM Usuário: Mirian Amaral → MA
A globalização de mercados tem desempenhado um papel estratégico na organização sociopolítica e econômica dos países. Entendida, de uma forma abrangente, como ‘a tomada de consciência do mundo’, constitui processo irreversível, sustentada pelo desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação - TIC, que fomenta outros vínculos sociais entre as pessoas, grupos e nações, alterando conceitos de tempo e espaço.
Considerando que o homem se realiza como ser humano na cultura e pela cultura, através de seu aparelho biológico – corpo-cérebro, que lhe permite observar, agir, saber, aprender, sentir e comunicar-se; homem e cultura definem-se pelas relações que estabelecem; ou seja, interagem entre si, como partes de um só movimento, um único fluxo, de forma, dinâmica e ininterrupta.
Assim, falar de cultura é falar de linguagem. Por meio dela construímos nossa visão de mundo, mediante de um conjunto de códigos e representações. Para Lévy (data), línguas, linguagens e sistemas de signos são instrumentos cognitivos; e nossa inteligência possui uma dimensão coletiva, porque somos seres da linguagem.
As novas formas de comunicação, relacionadas com a linguagem digital, constituem, portanto, a grande transformação presente no processo de produção da existência humana. Possibilitadas pelo ciberespaço , que se configura como espaço de construção do conhecimento coletivo, que surge da interconexão mundial dos computadores (web) –, ganham uma dimensão socioplanetária, no qual tecnologias digitais não significam apenas ciência e máquina, mas principalmente tecnologia social e organizativa. Nesse contexto, o ciberespaço abriga um conjunto de seres humanos com suas informações, conhecimentos, valores, práticas, costumes, pensamentos, que navegam e alimentam esse universo, fazendo florescer uma nova cultura – a cibercultura.
Mas , em que consiste a cibercultura?
LEVY (2004, p. 17), define cibercultura como um “conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço”. Ressalta a idéia de que ela transmuta o conceito de cultura, inventando outra forma de fazer emergir a presença do virtual do humano, frente a si mesmo, e não pela imposição da unidade de sentido. Cria, ainda, uma alternativa local, contrapondo-se à mídia de massa.
Com seu caráter globalizante, inventa um universal sem totalidade , que permite ao indivíduo, através da comunicação com outros indivíduos, exercitar uma humanidade comum, e se relacionar moralmente com eles. Mas vale aqui ressaltar que, dado que o homem é um ser cultural, que se comporta com base em leis, normas, tradições, costumes e valores, socialmente construídos, há uma grande variabilidade em seu comportamento.
Nesse espaço cultural aberto, sem controle de conteúdo, em que se entrecruzam raças, credos, etnias, etc, num compartilhamento instantâneo de informações, é muito difícil encontrar padrões universais de pensamentos e ações. Ao imprimir uma dinâmica comunicativa própria, a linguagem digital incorpora o conjunto de informações à carga cognitiva, tornando indissociável a relação entre cultura, linguagem e cognição.
LEMOS (2003) afirma que a cibercultura é a cultura contemporânea, marcada pelas tecnologias digitais. De acordo com o autor, a possibilidade de se gerar e disseminar conhecimentos, mediante a conexão generalizada, do tudo em rede, inicialmente fixa e, agora, cada vez mais móvel, além de ressaltar, a um só tempo, a ubiqüidade e a instantaneidade, faz florescer novas formas de subjetividade, corporificando esse ser da linguagem, favorecendo o diálogo e desmitificando o sujeito do iluminismo - aquele que é dotado da capacidade da razão, permanecendo essencialmente o mesmo, e colocando no centro 'o ser da provisoriedade', em permanente transformação.
Nessa perspectiva, a conexão é preferível ao isolamento, a inteligência é coletiva, a comunicação é recíproca, interativa e os interlocutores são atores, para além do indivíduo, pois, “quando deixamos de manter a consciência individual no centro, descobrimos uma nova paisagem cognitiva, mais rica. Em particular, o papel das interfaces e das conexões de todos os tipos adquire uma importância fundamental”( Lévy, 1983, p.173 ).
Lemos (idem) ressalta, ainda, que o clique generalizado possibilita a ação imediata, o conhecimento simultâneo e complexo e a participação ativa nos diversos fóruns sociais. Esse fenômeno torna-se evidente pela busca efetiva da conexão social, através de e-mail, listas, blogs, webcams, num sentimento de religação entre as pessoas, e produz, rapidamente, eco na sociedade local e planetária, no qual o principal fator é a liberação do pólo de emissão, que dá espaço à interatividade.