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Modificado: 3 maio 2012, 14:02 PM   Usuário: Claudia Araujo  → Claudia Araujo

Antes de mergulhar no estudo nas netnografias é bom situar-se nos dilemas metodológicos da Antropologia. Esta é a introdução de uma obra que discute a etnografia e a tradução cultural como caminhos para o conhecimento de outras culturas. Vejam
http://www.scielo.br/pdf/bgoeldi/v3n1/v3n1a02.pdf
/>Bj
Fatima


Algumas informações que eu peguei dos diferentes textos que já temos. (ainda estou editando). Podemos discutir amanhã. Claudia

Netnografia
"Segundo Kozinets (2002) a netnografia é definida como um método de pesquisa derivado da técnica etnográfica desenvolvida no campo da antropologia e, costuma-se dizer que a netnografia tem conhecido um crescimento considerado devido à complexidade das experiências da sociedade digital." 
Fonte: Netnografia: incursões metodológicas na cibercultura. Paula Jung Rocha e Sandra Portella Montardo. e-Compos, Dezembro de 2005. Disponível em: www.compos.com.br/e-compos

Para Rutter e Smith (2002), a etnografia online, outro nome encontrado para a netnografia, é  o sonho do pesquisador, já que o mesmo não precisa sair se sua mesa, não precisa negociar acesso a informação e os dados coletados podem ser facilmente coletados e salvos para uma análise posterior 
Fonte: Netnografia: incursões metodológicas na cibercultura. Paula Jung Rocha e Sandra Portella Montardo. e-Compos, Dezembro de 2005. Disponível em: www.compos.com.br/e-compos

"Netnografia é etnografia conectada pela tecnologia, ou pela internet. A netnografia é a etnografia adaptada às complexidades de nosso mundo social contemporâneo, mediado pela tecnologia."
Este tipo de método fornece um modo de adaptar a etnografia para uma época onde a cultura é mediada pela tecnologia, considerando a "combinação complexa de socialidade online e offline". É focada em insights culturais e é diferente porque não trata comunicações online apenas como “conteúdo”, mas como interações sociais, como expressões cercadas de significado e como artefatos culturais. A netnografia presta muita atenção no contexto."

"O termo netnografia tem sido mais amplamente utilizado pelos pesquisadores da área do marketing e da administração enquanto o termo etnografia virtual é mais utilizado pelos pesquisadores da área da antropologia e das ciências sociais."

"O neologismo “netnografia” (nethnography= net  +  ethnography) foi originalmente cunhado por um grupo de pesquisadores/ a s   n o r t e   ame r i c a n o s / a s ,   B i s h o p ,   St a r, Neumann, Ignacio, Sandusky & Schatz, em 1 9 9 5 ,   p a r a   d e s c r e v e r   u m   d e s a f i o metodológico: preservar os detalhes ricos d a   o b s e r v a ç ã o   em  c amp o   e t n o g r á f i c o usando o meio eletrônico para “seguir os atores” (BRAGA, 2001, p. 05) Todavia discordamos da autora ao sugerir
que a netnografia seja constituída por uma mera transposição do método etnográfico aos ambientes
midiáticos e de relacionamento on-line através de um acompanhamento dos atores sociais, uma vez
que as dinâmicas comunicacionais tanto entre os objetos observados como na relação pesquisadorobjeto podem diferir, principalmente em relação à noção de tempo-espaço, conforme discutem Hine (2005) e Hodkinson (2005), por exemplo." Fonte: http://docenciaonline.pro.br/moodle/mod/resource/view.php?id=2454

A transposição dessa metodologia para o estudo de práticas comunicacionais mediadas por computador recebe o nome de Netnografia, ou etnografia virtual e sua adoção é validada no campo da comunicação pelo fato de que “muitos objetos d e   e s t u d o   l o c a l i z a m - s e   n o   c i b e r e s p a ç o ”
( M O N TA R D O   &   R O C H A ,   2 0 0 5,   p .   0 1 )   e demandam instrumental apropriado para sua
aná l i s e .  As s im,   a  pa r t i r  de  um de t e rminado entendimento inicial, observamos a netnografia como um dos métodos qualitativos que amplia o leque epistemológico dos estudos em comunicação e cibercultura.

Para Kozinets (1997), a netnografia exige combinação imersiva entre 
participação e observação cultural com relação às comunidades pesquisadas, sendo que o pesquisador deve ser reconhecido como um membro da cultura, um elemento importante do trabalho de campo.  
Em relação à coleta de dados, Kozinets (1997) destaca que há as notas de campo 
das experiências no ciberespaço que devem ser combinadas com os “artefatos” da
cultura ou comunidade, como  download de arquivos de postagens de newsgroups, transcrições de sessões de MUD ou IRC e trocas de e-mails, além de imagens, arquivos de áudio e de vídeo.  http://penta3.ufrgs.br/midiasedu/modulo8/etapa1/leituras/estudo_dos_blogs.pdf

Diferenças entre Netnografia e Etnografia:
Um aspecto que a netnografia apresenta como limitação frente a etnografia 
tradicional diz respeito à identidade e veracidade dos participantes. A identidade dos  bloggeiros, bem como da veracidade das informações postadas é questionável. Por isso, torna-se pertinente triangular a técnica de observação netnográfica com outras técnicas de pesquisa como entrevistas, análise de outros documentos disponíveis no ciberespaço,como sites, etc. 

A netnografia, como transposição virtual das formas de pesquisa face a face e similares,apresenta vantagens explícitas tais como consumir menos tempo, ser menos dispendiosa e menos
subjetiva, além de menos invasiva já que pode se c o m p o r t a r   c o m o   u m a   j a n e l a   a o   o l h a r   d o pesquisador sobre comportamentos naturais de uma comunidade durante seu funcionamento, fora de um espaço fabricado para pesquisa, sem que este interfira diretamente no processo como
participante fisicamente presente (KOZINETS, 2002). Por outro lado, ela perde em termos de gestual e de contato presencial off-line que podem revelar nuances obnubiladas pelo texto escrito,
emoticons, etc

A ne tnogr a f i a  mant ém  a s  pr emi s s a s básicas da tradição etnográfica (SÁ, 2002, p. 159) levantadas a partir dos trabalhos de Geertz (2001):
mante r  pos tur a   ini c i a l  de   e s t r anhamento do pesquisador em relação ao objeto; considerar a subjetividade; considerar os dados resultantes como interpretações de segunda e terceira mão; e
finalmente considerar o relato etnográfico como sendo de textualidades múltiplas.
Por se tratar de uma transposição de metodologia do espaço físico ao espaço on-line, ao utilizar a netnografia faz-se necessário incluir procedimentos específicos acerca da tipologia dos objetos estudados.

Metodologia
A partir da inserção do pesquisador na comunicação mediada por computador para a observação e investigação de práticas culturais e de comunicação, troca-se o campo não por um “não-lugar” como aferia Augé (1994) nos anos 90, mas por um território contíguo ao off-line que tanto constitui um meio de comunicação, um ambiente de relacionamento e um artefato cultural (SHAH, 2005) o que “fornece pistas evidentes da conexão da antropologia com a cibercultura” (MONTARDO & ROCHA, 2005, p. 08)
O   p e s q u i s a d o r   q u a n d o   v e s t i d o   d e netnógrafo, se transforma num experimentador
do campo, engajado na utilização do objeto pesquisado enquanto o pesquisa (KOZINETS, 2007). 
As análises netnográficas “podem variar ao  longo de  um  e spe c t ro que  va i  de sde   s e r
intensamente participativa até ser completamente não-obstrutiva e observacional” (KOZINETS,
2007: 15).

Para a coleta e análise, três tipos de captura de dados são eficazes, segundo Kozinets
(2002). A primeira são os dados coletados e c o p i a d o s   d i r e t a m e n t e   d o s   m e m b r o s   d a s comunidades on-line de interesse, onde, devido ao grande número de informações coletadas e às
dúvidas que estas possam causar, é prudente o pesquisador se utilizar de vários tipos filtros para
que sobrem apenas informações de relevância para o contorno da pesquisa. A segunda coleta referese às informações que o pesquisador observou das práticas comunicacionais dos membros das
comunidades, das interações, simbologias e de sua própria participação. A terceira, finalmente, são
os  dados   l evant ados   em  ent r evi s t a s   com os indivíduos, através da troca de e-mails ou em
conversas em  chats, mensagens instantâneas ou outras ferramentas.
Os   p o n t o s   c r u c i a i s   q u e   r e q u e r em  a discussão de uma ética de pesquisa, segundo
Kozinets (2002) são, até onde a informação contida num site é pública ou privada e o que é o uso
consensual de informações no ciberespaço. Além de eticamente recomendável, para Kozinets (2002), a checagem de dados com os próprios membros do grupo, legitima e acrescenta credibilidade à pesquisa. Através dos membros do grupo e da solicitação de suas opiniões, pode-se chegar a insights e conclusões além das observadas em campo.

A netnografia segue as seguintes fases sobrepostas: 
1. Planejamento de pesquisa
2. Entrada
3. Coleta de dados
4. Interpretação
5. Garantia de padrões éticos
6. Apresentação da pesquisa

Estudo de caso:
http://web.upla.cl/revistafaro/n2/02_watanabe.htm style="font-family: verdana, arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px; ">  (já postado pela Fátima).