Wiki do grupo 1 (autores: Rosemary, Nélia, Sandra e Wendel)
A mídia clássica começa com Gutenberg e teve seu apogeu entre a segunda metade do século XIX e a primeira do século XX com a introdução do jornal, da fotografia, do cinema, do rádio e da televisão. Essa mídia de massa contenta-se com fixar, reproduzir e transmitir a mensagem buscando o maior alcance e a melhor difusão. A mensagem está fechada em sua estabilidade material. Temos apenas o mero espectador que somente imagina, mas não interfere na sua produção. (acho interessante relativizar essa afirmação - o adjetivo "mero" pode levar a um entendimento de espectador acrítico, que apenas recebe a mensagem - e acho que não é isso que queremos dizer)
De acordo com Lévy (2001), a reflexão acerca das tecnologias coloca em discussão a relação com a produção e a transmissão do saber. Se nas sociedades orais o saber era circunscrito aos indivíduos mais velhos, com a invenção da prensa tipográfica em fins do século XV, a escrita - o livro - passou a representar o suporte fixo para a informação e para o conhecimento. Com isso, inauguraram-se valores que fundaram uma civilização estruturada pela escrita estática.
Com a internet surge a cibercultura, isto é, um novo ambiente sociotécnico que surge com a interconexão mundial de computadores em forte expansão no início do século 21. Novo espaço de sociabilidade, de informação e comunicação, de trabalho, de serviços, de colaboração, de conhecimento e de educação.
Lévy (2001, p.17) procura diferenciar os conceitos de ciberespaço e cibercultura que utiliza a fim de elucidar suas análises. Enquanto o primeiro é o novo meio de comunicação que surge da interconexão dos compputadores, cibercultura é definida como o conjunto de técnicas, práticas, atitudes, pensamentos e valores que se desnvolvem com o crescimento do ciberespaço.
Com isso, cabe resgatar a relação que se configura com o saber e analisar que na cibercutlura, o conhecimento deixa de ser totalizável por um indivíduo ou por um grupo e passa a caracterizar-se como indominável, incontrolável no sentido clássico da transmissão. O ciberespaço permite nascer uma cultura que representa uma mudança qualitativa pra a comunicação e a construção do saber da humanidade.
Podemos dizer, correndo o risco da simplificação, que cultura é um emaranhado de produções humanas de um grupo reunido por fatores econômicos ou geográficos, que se constitui em centenas de anos. Quando apareceu o termo para mim, confesso que achei improvável que algo sem lugar - era assim que entendia - pudesse gerar em tão pouco tempo um conjunto de produções que pudesse levar o nome de cultura. Eis que o tecido "sem lugar" cobre todo o planeta e deixa franjas suficientes para muita produção de sentido. A cibercultura, nome dado a este lugar paradoxal, constituiu-se em um tempo veloz e justamente a velocidade é o que compõe o seu corpo.
Devemos destacar a importância da apreensão do conceito de cibercultura, como caminho de pensarmos o que está sendo colocado como questionamento em relação às práticas pedagógicas convencionais.
A cibercultura traz o debate para a educação porque não se trata simplesmente de substituir práticas pedagógicas presenciais pelas que são possíveis à distância - isto caracterizaria uma mera transposição de recursos e um uso empobrecedor das novas tecnologias apenas como ferramentas. O que nasce é uma nova forma de construção de conhecimento, caracterizada pela troca generalizada de saberes em redes e que deflagra o declínio do modelo de ensino pautado numa transmissão unilateral, linear e institucionalizada.
É sob a perspectiva de um ambiente inédito e infinito de conexões que a educação insitucionalizada deve repensar suas bases e investir nos desafios que se colocam no contexto da cibercultura.
É importante discutirmos aqui alguns fundamentos da cibercultura para que possamos inspirar nossa autoria digital. Precisamos mudar a nossa relação com o processo de contrução do conhecimento e seus usos a partir dos fundamentos da interatividade , do hipertexto , da simulação e da convergência.