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Jornal: Folha Dirigida
Data: Terça-feira, 02 de maio de 2006
Editoria: Suplemento do Trabalho e Cidadania
Caderno: Suplemento do Trabalho e Cidadania
Página: 51, 52 e 57
Autor: Maria Cristina Siqueira
Fotos: Zenite Machado

A Cidadania e a Exclusão Digital

São pelo menos 160 milhões de excluídos digitais no Brasil. Com um número tão elevado, esta mídia veio para aumentar a exclusão, mas há os que invertem o processo, pensando a transformando o digital

Celso Fernandes, do Comitê para Democratização da Informática (CDI), a consultora a pesquisadora Edméa Santos e Silvina Ramal, professora da Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro Católica, da Fundação Getulio Vargas e também presidente da Organização Não-Governamental Pro-Social, foram os convidados deste debate em que a Folha Dirigida apresenta a tecnologia cibernética-que nas contas de Celso Fernandes tem pelo menos 160 milhões de excluídos no Brasil - como tema central. Ao que convém perguntar: Se o número de excluídos é tão elevado, esta tecnologia veio inaugurar uma nova forma de exclusão ou para, justamente, contribuir com seu fim?

E Celso Fernandes responde: "Depende do uso que faremos dela", e Edméa Santos complementa: "Ao mesmo tempo que muitas pessoas ainda não acessaram a escrita, o rádio e o jornal, podem nunca vir a acessar a internet." Silvina Ramal, por sua vez, completa dizendo que a escrita criou analfabetos, mas não se pode dizer que ela tenha criado a exclusão. "A forma como os nossos processos econômicos, sociais e educacionais se estruturaram é que a geraram".

Neste debate tratam-se ainda da geração do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação (FUST), cujos recursos, embora transcorridos seis anos, ainda não foram liberados; do potencial cibernético como promotor da inclusão social; de cursos online oferecidos no Brasil por estrangeiros; de regulamentação do acesso.

http://publique.rdc.puc-rio.br/clipping/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=11158&sid=48