Olá Pessoal,
Mirian, Bia, Marta, Méa, Karine, Lhays, Daniel, Fabiana, Thaís, Mariana, Renata, Bárbara, Gabrielle, Rodolfho, Pollyana, Caio, Kátia, Talita, Jessica, Juliana, Elisângela e Ellen,
Mais uma vez
evidenciamos que pensamos, olhamos, sentimos, ouvimos com as nossas redes
educativas, essas construídas em processos de dialogicidade, ou seja, “em
interação com outros sujeitos nas quais nos constituímos mutuamente, em um
devir, numa relação horizontal, que refuta a diretividade” (BAKHTIN).
Percebemos como são muitas as nossas
inquietações, compreensões, mesmo que provisórias, da pesquisa com os cotidianos.
Assim, busquei mapear algumas das questões que foram suscitadas no fórum,
certamente que outros olhares poderão trazer para o roteiro outras inquietações.
A partir das leituras
dos textos das autoras – Nilda e Inês, do pensamento de CERTEAU e das
discussões desse fórum, nos parece que devemos considerar na pesquisa com os
cotidianos:
- Pensar o cotidiano
como invenção e não como repetição;
- Não há predefinição
dos instrumentos de pesquisa com os cotidianos, esses vão se constituindo na
pesquisa;
- A pesquisa com os
cotidianos aposta nas relaçõesredes, no fazer com e não nos sujeitos subjetivos;
- a oralidade, as
narrativas são o lugar da tática;
- o currículo precisa
ser pensado em suas relações, a partir dos usos
e das práticas que vão sendo tessidas na escola...
- As
pesquisas com os cotidianos estão interessadas em mapear, compreender, aprender
com as invenções dos praticantes culturais (professores, alunos, gestores, artistas...) nas mais diversas redes educativas (escola, movimentos sociais, internet, mídias
em geral , museus, empresas...). Não nos interessamos pelos não fazeres e
saberes. Queremos aprender com as pessoas que fazem, que criam, que inventam
seu dia a dia, ou seja, os cotidianos. Não queremos "coletar dados"
apenas "olhando de fora" da realidade cotidiana. Pesquisamoscom todos os sentidos, aprendendo COM as pessoas e com os usos que fazemos
dos objetos técnicos e artefatos culturais. Os dados são
produzidos com os praticantes culturais a partir de suas narrativas e imagens.
queremos pesquisa com que se autoriza, tem voz!!!! Quem são estas pessoas?
estes praticantes culturais (MÈA).
Diante dos textos e
das entrevistas das professoras Nilda Alves e Inês Barbosa e de todas as
contribuições e autorias apresentadas no Fórum, o que ainda nos inquieta? As questões
suscitadas no Fórum ainda permanecem, vejamos:
1. Se o cotidiano é uma 'caixa preta', que guarda
diferentes realidades, de que forma podemos desvelar 'as realidades não
visíveis' nesses cotidianos, pelo menos a olho nu'? Quem é (são) o(s)
guardião(ões) da chave capaz de abrir essa caixa?
2. 2. Se somente o professor que
está em sala de aula conseguiria desvelar essas realidades, como os
pesquisadores que estudam o cotidiano conseguiriam também ter a chave dessa
caixa? Visto que quando há uma pessoa diferente em sala de aula já temos uma
outra realidade.
3. 3. Se o pesquisador pode
ser o próprio professor, como ele com os seus alunos (praticantes,
participantes, de dentro) conseguem “estranhar” as relações praticas com/nos cotidianos
na prática pedagógica?
4. 4. Como as pesquisas com os cotidianos são feitas? Que metodologias
têm sido mais apresentadas nas pesquisas com os cotidianos?
5. Como os pesquisadores da área do cotidiano fazem
para pesquisar? Normalmente pesquisam na turma em que lecionam, tem abertura
com a professora de uma turma e dialogam com ela e com os alunos? Qual o tempo
necessário para efetuar uma pesquisa na área de cotidiano?
6. O que diferencia a pesquisa com os cotidianos de
outras pesquisas? Qual o papel da ciência na pesquisa com os cotidianos? Que
saberes para além dos científicos estão implicados na pesquisa com os
cotidianos? Essas questões nos levará a uma outra: qual a potência da pesquisa
com os cotidianos, como pode contribuir com a melhoria da escola, da formação
do docente, dos alunos?
7. como
trabalhar a diversidade de religiões e o respeito que se deve ter com cada uma
delas, entendendo que cada um tem a sua religião, tem seus ritos, tem seus
costumes e não devem ser julgado por isso?
8. Normalmente, quando as escolas católicas tem aula
de religião, são abordados apenas sobre a religião católica, e isso acontece em
escolas de todas as religiões. As escolas laicas não poderiam ter uma aula, não
de "religião", mas que pudesse abordar as diversidades de religiões
que existem e mostrar que cada uma é diferente da outra, mas é preciso o
respeito?
9. existe algum programa que dê esse suporte
tecnológico ao professores? Se sim, como ele funciona? Sei que os professores
estaduais têm um notebook dado pelo governo,sem entrar na questão política
desse "presente"(rs),seria já uma prática tentando incluir a
tecnologia no cotidiano desses professores?
10.10. É entendendo o que se passa no cotidiano escolar
e as pessoas envolvidas nesse processo que são :alunos,
professores,família e cultura é que podemos pensar como elaborar adequadamente
o currículo. Vejo muito isso na própria Universidade, há muitos currículos
defasados,que não atendem o que realmente vivenciamos, esse tipo de pesquisa
deveria haver também na Universidade. Então lanço a minha pergunta: Há pesquisas desse âmbito voltados para os
currículos universitários ? Ou há alguma pretensão de desenvolve-los ?
11. 11. Quanto
mais a escola se democratiza( e isso é completamente correto), mais ela esta
"vulnerável" a problemas da sociedade. Mais os problemas da
sociedade entram no ambiente escolar. Essa escola, que é
mais democrática que a antiga, enfrenta novos problemas, que antes
não se era enfrentado. Hoje, o professor se depara com uma nova realidade de
aluno. Para a senhora, as faculdades que formam professores, ainda pecam no que
diz respeito a teorias, e dar base sobre os problemas atuais, dessa
nova conjuntura?
12.12. Inês Barbosa, afirma no seu texto "Currículos
praticados: regulação e emancipação no cotidiano escolar" que: [...]
entendemos ser impossível avaliar as práticas curriculares através de
mecanismos que essencializam e dicotomizam os fazeres [...]. Então como avaliar as práticas curriculares?
13. Considerando que as tecnologias digitais com todas
as suas interfaces, estão nos possibilitando vivenciar uma forma diferente de
ensino da que estamos acostumados, acredito ser importante ressaltar, que assim
como a Professora Nilda Alves, também penso que essas múltiplas redes trazem
contribuições positivas e negativas, mas fiquei com dois questionamentos na
cabeça: Essas múltiplas redes estão presentes em todas as
escolas? Além disso, será que todas as escolas tem essa abertura para escutar
respostas e propostas que não estão no currículo oficial?
14. Sabemos
que currículos oficiais são instrumentos de ‘poder’ presentes em nossas
escolas. Mas,será que nesses espaços só existe o poder instituído? O que
dizer dos micropoderes (atos de currículo) que se revelam na prática cotidiana? Como currículos 'formais' e
'praticados' se expressam nos cotidianos?
Vamos sistematizar o nosso Roteiro de Entrevista!! O que tiram? O que acrescentam? O que modificam?
Bjs (Mayra)