Softwares para produzir, publicar e compartilhar conteúdo audiovisual na web.

Site: Docência Online
Curso: Especialização e Educação dom Aplicação da Informática - EDAI 2012
Livro: Softwares para produzir, publicar e compartilhar conteúdo audiovisual na web.
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Data: quarta-feira, 4 dez 2024, 19:09

Descrição

Multimídia na Educação

Capítulo 1 - Softwares para produzir, publicar e compartilhar conteúdo audiovisual na web.

Neste Capítulo apresentaremos alguns softwares gratuitos que podem ser utilizados para a elaboração de material áudio visual e potencializar a interatividade na docência online.

On Air

A docência no contexto da cibercultura, seja presencial, semipresencial ou on-line, vem sendo desafiada pelas tecnologias da comunicação e pelos novos espectadores. Essas tecnologias exigem do professor o conhecimento e o desenvolvimento de habilidades técnicas necessárias à operação de equipamentos analógicos e/ou digitais e, principalmente, metodologias que potencializem a forma com que estas tecnologias são disponibilizadas aos alunos.

Segundo Freire (2006, p.46), “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.

1.1 - Audacity – Gravação, edição e mixagem de áudio

Um software muito utilizado para produção, edição e mixagem de áudio digital é o Audacity. Embora seja utilizado para pequenos projetos, o Audacity oferece recursos básicos que possibilitam muita flexibilidade na produção e pós-produção de trilha sonora, produção musical e na produção de programas publicados em Podcasting. É um programa livre, gratuito e está disponível para Macintosh OS X, Microsoft Windows, Linux e outros sistemas operacionais.

Audacity

Clique aqui para fazer o download do AudacityEscolha a versão estável do software Instale o Audacity 1.2.6 ou experimente a versão mais recente, com mais recursos, que ainda está em teste Instale o Audacity 1.3.14

.Tutorial sobre o Audacity: clique aqui

.Tutorial em vídeo sobre o Audacity:

1.2 - CamStudio - Software para captura de tela do computador

Produzir aulas ou criar tutoriais em áudio e vídeo, utilizando softwares gravadores de tela do computador, pode ser muito útil e muito divertido. As produções podem ser compartilhadas com os alunos, que por sua vez também podem compartilhar suas próprias produções através de mídias físicas ou através da internet. No site do Youtube podemos apreciar diversas aulas e tutoriais produzidos em vídeo e gravadores de tela, que são produzidos e assistidos por milhares de pessoas em todo o mundo!

O CamStudio é um desses softwares livres, disponíveis gratuitamente, para gravar toda a ação que se passa na tela de um computador. É simples de operar e muito flexível com relação aos recursos disponibilizados. Veremos mais adiante como essas produções podem ser produzidas, publicadas e compartilhadas, com o objetivo de potencializar a interatividade na docência online.

CamStudio

Existem outros softwares proprietários, ou seja, que não estão disponíveis gratuitamente, que são mais sofisticados e que possuem mais recursos. Um desses softwares muito utilizado é o Camtasia Studio, que além de oferecer diversas opções para gravação de tela e do áudio também permite salvar o vídeo produzido em diversos formatos de arquivo, de acordo com as características da mídia onde será publicado. O Camtasia Studio também oferece uma interface para editar tanto o áudio quanto o vídeo gravado. No site do Camtasia Studio está disponível para download uma versão gratuita para quem quiser experimentar o sofware.

1.3 - Tutoriais em vídeo sobre o CamStudio

Neste tópico vamos explorar alguns recursos básicos do CamStudio. Faça o download do software, no link abaixo, instale e experimente criar vídeos e tutoriais com o CamStudio. Com o software instalado acompanhe os tutoriais sobre o CamStudio produzidos com o próprio CamStudio.

Radar Clique aqui para baixar o CamStudio.

Instale o software e acompanhe os tutoriais em vídeo disponibilizados abaixo!

Site oficial do CamStudio: http://camstudio.org/

Tutorial 1ª parte - http://youtu.be/ADW1f_xYOMI



Tutorial 2ª parte - http://youtu.be/RMFSHHiKJb0



Tutorial 3ª parte - http://youtu.be/pnadccQQS-Q



Tutorial 4ª parte - http://youtu.be/FiwxtXOkbRA




Tutorial 5ª parte - http://youtu.be/y-sk5dxBZSU


1.4 -Tecnologias na produção e publicação de conteúdos audiovisuais

Abordaremos neste tópico uma introdução aos formatos de arquivos utilizados na produção, publicação, distribuição e compartilhamento de conteúdo áudio visual na Web.

.Tipos de arquivos de áudio, vídeo e imagem

Os arquivos de áudio e vídeo digitais são armazenados no computador em um tipo de arquivo conhecido como arquivo recipiente de acordo com a Wikipedia um arquivo recipiente é:

...Um formato de arquivo de computador que pode conter vários tipos de dados, que são separados no mesmo arquivo, de forma diferente para cada tipo de arquivo recipiente, comprimido (ou não) por meios estáveis utilizando codecs de vídeo e/ou áudio. O arquivo recipiente é utilizado para identificar os diferentes tipos de dados. Arquivos recipientes mais simples podem conter diferentes tipos de dados comprimidos por codecs de áudio, enquanto arquivos recipientes mais complexos podem suportar múltiplas faixas de áudio vídeo, legendas, informações sobre capítulos e outros metadados, além da informação que é necessária para sincronização entre várias transmissões.

(disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquivos_de_v%C3%ADdeo >, acessado em 10/01/2012)

.Existem diversos tipos de arquivos de áudio, vídeo e imagem digitais, frequentemente utilizados na elaboração de conteúdo audiovisual.

.Áudio - WAVE, AIFF, MP3 (compressão de dados), Ogg-Vorbs (compressão de dados), Windows Media Audio (WMA), MP4 (iTunes).

.Vídeo –AVI, WMV (Microsoft), MOV (QuickTime Apple), MPEG-2, MP4, VOB (DVD Vídeo), FLV (Flash), SWF (Shokwave Flash multimidia), H.264 (padrão de compressão de vídeo), DIVX.


.Imagem -TIFF, PNG, BMP, GIF,
JPG.

Os projetos de produção que envolvem conteúdos áudio visuais podem, muito facilmente, resultar em arquivos grandes e “pesados”, o que torna mais difícil disponibilizar e compatilhar na Web esses conteúdos. Frequentemente temos que converter alguns tipos de formatos de arquivos em outros formatos, para reduzir o “tamanho” (em bytes) desses arquivos. Lembramos que o acesso a esses conteúdos está diretamente relacionado à largura de banda dos serviços de internet contratados. Consequentemente, se os arquivos disponibilizados forem muito grandes, poderão comprometer a velocidade de acesso ou até mesmo inviabilizar o acesso. Sendo assim, os vídeos no formato flash (FLV), e o áudio no formato MP3 são largamente difundidos na web.

O YouTube, popular site de compartilhamento de áudio e vídeo na web, é um exemplo de utilização do formato de vídeo Flash (FLV) e do formato de áudio MP3, como padrão.

RadarPara saber mais sobre formatos de áudio e vídeo utilizados na produção e publicação de vídeos no YouTube clique aqui!

RadarPara saber mais sobre formatos de arquivos e codecs , acesse os links abaixo:

Arquivos de áudio

Arquivos de vídeo

Arquivos de imagem

Mais informações sobre as diferenças entre tipos de arquivos clique aqui!


1.5 - Conversores de Áudio e Vídeo – DVD VideoSoft FreeStudio

Existem diversos softwares no mercado para converter formatos de áudio e vídeo. Neste módulo vamos trabalhar com o conjunto de aplicativos disponíveis no DVD VideoSoft Free Studio. Além da facilidade de utilização o DVD VideoSoft reune recursos para lidar com conteúdos em mídias físicas tradicionais, conteúdos para web e para aparelhos móveis.

Introdução:

O DVD VideoSoft Free Studio é uma suite de softwares livres e intuitivos, que agrega quarenta e cinco aplicativos relacionados à conversão, gravação e publicação de conteúdo audio visual. Além da facilidade de utilização reune recursos para converter os mais variados formatos de arquivos utilizados em diversos tipos de mídias. Possibilita gravar Cds e DVDs, fazer download e Upload de vídeos para o Youtube, extrair apenas o áudio de um vídeo no Youtube, ajustar o formato e a qualidade dos arquivos de áudio e vídeos convertidos, converter vídeo para iPod, iPad e iPhone, extrair vídeo e áudio de um DVD, converter áudio para mp3, etc. O site do FreeStudio também disponibiliza os referidos aplicativos individualmente.

Clique no link para fazer o download do FreeStudio: http://www.dvdvideosoft.com/

Categorias dos aplicativos:

Após instalar o FreeStudio os aplicativos podem ser abertos através de seus links individuais, disponíveis través do menu iniciar no Windows, ou através da interface que agrega, divididos por categorias, quase todos aplicativos disponíveis.

Conforme demonstram as ilustrações abaixo os botões agrupam as seguintes categorias: YouTube; MP3 e Audio; CD, DVD, BD, DVD e Video; Fotos e Imagens; Telemovies; Apple; 3D.

FreeStudio

1.Interface Youtube:

FreeStudio2

Observe que clicando em cada botão na janela acima a janela do respectivo aplicativo será aberta. O nemo de cada aplicativo está indicado indicado no texto ao lado de cada botão. Por exemplo, clicando no botão “Free Youtube Download” (primeiro botão abaixo do botão de retorno “Anterior”), abre-se a janela abaixo:

FreeStudio3

A janela da ilustração acima é a interface do aplicativo em si. Para fazer o download de um vídeo do Youtube basta copiar o link do vídeo, disponível no site do Youtube, e colar no espaço da janela onde está escrito “Copie um link do YouTube e cole-o aqui”. Vários links podem ser adicionados à essa janela ao mesmo tempo, ou seja, o aplicativo permite fazer o download de diversos vídeos do Youtube simultaneamente. Repare no recorte da mesma janela (na ilustração abaixo) que ao clicarmos no submenu “Predefinições”, podemos escolher o tipo de formato de vídeo no qual o vídeo “baixado” do Youtube será salvo! Ou seja; Original YouTube, AVI, MP4 ou WMV.

FreeStudio4

No recorte da mesma janela, na ilustração abaixo, ao clicarmos no submenu “Qualidade”, podemos escolher a resolução ou o codec de vídeo com a respectiva qualidade da imagem desejada. Observe que para cada formato de arquivo escolhido no sub menu “Predefinições”, as opções no sub menu “Qualidade” se modificam.

FreeStudio5

A lógica da interface observada no exemplo acima é semelhante em todas as interfaces dos aplicativos que envolvem conversões de vídeo e áudio, que fazem parte do FreeStudio.

2. Interface MP3 e Áudio

FreeStudio6

3 – Interface CD, DVD BD

FreeStudio7

4 – Interface DVD e Video

FreeStudio8

5 – Interface Foto e Imagens

FreeStudio9

6 – Interface Telemovies – Aparelhos móveis

FreeStudio10

7 – Interface Apple – iPod, iPad, iPhone e Apple TV

FreeStudio11

8 – Interface 3D

FreeStudio12




1.6 - Podcasting – Como publicar e compartilhar conteúdo audiovisual através da Internet.

PodcastingO podcasting é uma tecnologia de software que permite a publicação de conteúdos de áudio e vídeo, através da internet. A programação pode ser apreciada de forma semelhante à que ocorre em sites que possuem rádio e tv on-line ou pode ser distribuída para os computadores dos usuários por intermédio de um software que administra um sistema de assinatura (de cadastro). A diferença do sistema tradicional de rádio e tv on-line, no qual o usuário assiste ao programa no site provedor ou transfere o programa para seu próprio computador, para acessar o conteúdo posteriormente, é a tecnologia que possibilita o sistema de assinatura da programação. Quando o usuário assina uma programação disponibilizada em determinado site que oferece um podcast, passa a receber automaticamente cada programa (episódios), à medida que este vai sendo lançado pelo respectivo site. O podcast permite ao usuário assinar, se cadastrar, para receber diversos programas dos mais variados temas, distribuídos por milhares de sites na internet. O usuário pode interagir com os produtores dos programas assinados, postando comentários a respeito dos respectivos programas nos sites cadastrados. Qualquer usuário também pode implementar, facilmente, a tecnologia do podcast em seu próprio site.

O usuário do podcast tem a possibilidade de se libertar da condição unidirecional de receptor passivo para uma comunicação bidirecional assíncrona, podendo também distribuir e compartilhar suas produções através da internet. Os conteúdos de áudio e vídeo podem ser apreciados nos sites de origem e, uma vez transferidos para o computador do usuário, também podem ser sincronizados, ou transferidos, para diversos modelos de tocadores (players) de áudio e vídeo portáteis. Dessa forma o podcast possibilita que os conteúdos de áudio e vídeo sejam compartilhados através da internet, transportados e acessados em qualquer lugar, e a qualquer hora.
Normalmente, em um site, os ícones Ícone Podcast, Ícone Podcast 2, Ícone Podcast 3 , indicam que um determinado conteúdo está disponível em podcast.

RadarSaiba mais sobre publicação na internet de conteúdo audiovisual através da tecnologia de Podcasting. Leia os artigos abaixo!

.Clique aqui para ler um artigo do pesquisador André Lemos sobre Podcasting.

.Clique aqui para ler um artigo do pesquisador Alex Primo sobre Podcasting.

.Site para publicar Podcast: Podomatic

.Tutorial do Podomatic clique aqui

.Outro site para publicar Podcast: Eupodo

.Clique aqui para acessar um livro sobre Podcast na internet

1.7 - Software para produção e edição de vídeo

CameraNos próximos tópicos vamos falar um pouco sobre edição de vídeo, disponibilizar alguns links para softwares gratuitos de edição e apresentar o WeMovie, que é um software com a filosofia web 2.0, colaborativo e interativo.

O processo de edição consiste em cortar, selecionar e montar as partes do material filmado ou capturado através de dispositivos eletrônicos, como WebCam, celulares, iPads, etc. Cada vez mais com a facilidade de aquisição e de operação de dispositivos móveis, a produção e publicação de vídeos vem ganhando destaque nos diversos tipos de interface disponíveis na internet. Embora na maioria das vezes o resultado da produção seja bem amador, o fato é que a tecnologia está cada vez mais disponível e acessível para que cada um experimente, encontre e compartilhe sua própria forma de expressão.

1.8 - Live Movie Maker, iMovie.

O Live Movie Movie Maker é a mais nova versão do popular MovieMaker, o software editor de vídeo que vem com o sistema operacional Windows. Apesar de oferecer apenas recursos básicos, o Movie Maker é muito utilizado para pequenos projetos, que não exigem recursos mais sofisticados na edição do vídeo e do áudio. No Youtube e na internet podemos encontrar diversos tutorias sobre a utilização do MovieMaker. Já com o iMovie, que trabalha no sistema OSX dos computadores da Apple, é possível elaborar projetos um pouco mais sofisticados. O sistema operacional Linux, livre e gratuito, oferece diversas opções de editores de áudio e vídeo, com diversos níveis de recursos.

RadarSaiba mais sobre o Live MovieMaker e sobre o iMovie

1.9 - WeMovie – Editando na Nuvem!

WeMovie

O editor WeVideo é um exemplo de software com a filosofia web 2.0. Possui o recurso de trabalhar com o material áudio visual disponibilizado na nuvem! Assim sendo, o processo de edição pode ser compartilhado com outras pessoas conectadas através de internet. A partir do momento que o usuário faz o upload para a nuvem, do material audiovisual a ser editado, poderá convidar outros participantes para editar em conjunto e também colaborar acrescentando outros conteúdos para um mesmo projeto. Com o WeVideo é possível trabalhar interativamente com um grupo de pessoas, onde o produto final é fruto da criação coletiva. Como todo o processo acontece na nuvem, a interface do editor de vídeo é disponibilizada online. Todo o trabalho é realizado através do navegador utilizado para acessar a Web. Para utilizar o serviço é necessário criar uma conta no site que oferece o serviço. O serviço é grátis para editar arquivos com até 1Gigabyte de tamanho e algumas limitações de acesso. Para projetos maiores o site oferece outros planos com um custo proporcional à demanda de utilização.

Radar Clique aqui para acessar a página do WeVideo para criar uma conta no WeVideo. Experimente editar colaborativamente. Convide seus amigos para experimentarem com você a construção coletiva de um pequeno projeto de vídeo!

2.0 - Avatar e conversão de texto em voz

Avatar


Os softwares que convertem texto para áudio (voz) são conhecidos como TTS, ou seja, Text To Speech. A fala da Julieta Messina, o AVATAR acima, foi convertida a partir de um texto escrito no próprio software de criação do AVATAR, http://www.sitepal.com. Diversos softwares são utilizados para converter texto para fala. Um TTS muito bom e com diversos recursos é o Text Aloud, que será demonstrado em aula, é um software proprietário de baixo custo (US 29.95). No link abaixo disponibilizamos um TTS gratuito, que apesar de ser bem simples e apenas com recursos básicos realiza com eficiência a conversão do texto para arquivos de áudio Wave, MP3 e OGG.

3 - Elementos de concepção da Produção em Multimidia

Na cibercultura emerge um novo espectador, que não se contenta mais com o status de mero receptor de conteúdos. Neste capítulo abordaremos a Produção Audiovisual como interface potencializadora da interatividade na docência online.

Na cena sociotécnica da cibercultura e da interatividade como desafio, não basta simplesmente incorporar o computador à sala de aula ou utilizá-lo como ferramenta de apoio, para que a docência atenda às demandas e aos desafios para a educação contemporânea. Entendemos como desafio disponibilizar e estabelecer redes de comunicação hipertextuais e interativas, com este “novo espectador”, cujo perfil transita da lógica e do estatuto da comunicação unidirecional massiva para uma relação bi-direcional dialógica, autônoma e interativa. Para Silva (2003, p. 11) “A EAD online é demanda da sociedade da informação, Isto é, do novo contexto socioeconômico-tecnológico engendrado a partir do início da década de 1980 [...]”.

3.1 - Do cilindro de cera ao LP de vinil

A partir do invento do fonógrafo de Thomas Edison, em 1877, a tecnologia do registro e da expressão sonora não parou mais de evoluir. Hoje a digitalização do áudio[1], assim como ocorre com a linguagem escrita e com a imagem, permite o registro e a expressão do som em bits que são os códigos digitais da linguagem de computador.

As novas tecnologias digitais de informação e comunicação se caracterizam pela sua nova forma de materialização. A informação, que vinha sendo produzida e circulada ao longo da história da humanidade por suportes atômicos (madeira, pedra, papiro, papel, corpo), na atualidade também vem sendo circulada por bits, códigos digitais universais (0 e 1). As tecnologias da informática associadas às telecomunicações vêm provocando mudanças radicais na sociedade por conta do processo de digitalização. Uma nova revolução emerge, a revolução digital (SANTOS, 2003, p. 223).

Até os anos 1970 a tecnologia do registro sonoro sempre dependeu de um suporte físico, de algum material ou produto onde o som pudesse ser afixado e lá permanecesse gravado. Uma vez gravado em algum suporte físico, o som pode ser armazenado, duplicado, comercializado, transportado, distribuído e reproduzido posteriormente. Na época de Edison o suporte físico era um cilindro recoberto com uma espécie de uma folha metálica laminada, depois o cilindro passou a ser recoberto com cera. Em 1887 Emile Berliner, imigrante alemão que vivia em Washington, inventou o disco fonográfico. Utilizou um processo de gravação em disco de metal a partir do qual podia produzir, por meios eletrostáticos e químicos, um master (um molde) para prensagem de cópias em celulose. Os primeiros discos eram movidos à mão, posteriormente foram movidos por um motor de corda. Mais adiante a qualidade das gravações foi melhorada com a gravação feita diretamente em matrizes de cera grossa. Em 1948 o selo Columbia lançou um dos primeiros discos de vinil, do cantor Frank Sinatra, dando início ao fim dos discos de goma-laca, discos grossos e pesados, que giravam em 78 rotações por minuto. Nas últimas décadas o vinil conviveu com fitas magnéticas em carretéis e com os populares cassetes.
Phonographo de EdisonPhonographo de Edison - Clique aqui para ver e ouvir como funciona!



[1] Processo de converter os impulsos elétricos correspondentes às vibrações da pressão sonora, em dígitos binários, ou seja, em seqüências de dígitos 0 e 1. Os dígitos binários são a base das linguagens e das operações de processamento dos computadores.

3.2 - Mídias digitais

Led animado Nos anos 1970, começaram as primeiras experiências com a comercialização de discos de jazz e de música clássica contendo áudio digital. Também nesta década surge o computador pessoal.

Nos anos 1980, devido ao desenvolvimento das novas tecnologias no campo da eletrônica, da informática e do computador pessoal, o processo de digitalização avançou não só sobre os conteúdos sonoros, como também na produção de documentos escritos e nos conteúdos e mídias de imagem; fotografia, vídeo e cinema. Na década de noventa, o CD (compact disc) de áudio digital substitui o disco de vinil e as fitas magnéticas. Paralelamente a esse processo de digitalização ocorria a expansão das conexões e da comunicação através da rede mundial de computadores, a internet. Castells (2005, p. 43) observa que;

Meio inconscientemente, a revolução da tecnologia da informação difundiu pela cultura mais significativa de nossas sociedades o espírito libertário dos anos 60. No entanto, logo que se propagaram e foram apropriadas por diferentes países, várias culturas, organizações diversas e diferentes objetivos, as novas tecnologias da informática explodiram em todos os tipos de aplicações e usos que, por sua vez, produziram inovação tecnológica, acelerando a velocidade e ampliando o escopo das transformações tecnológicas, bem como diversificando suas fontes.

Além do áudio, do texto e da imagem, migraram também para o formato digital os objetos e as tecnologias do sistema convencional de comunicação: o livro, o jornal, o rádio, a tv, o fax, o correio e o telefone. Pela primeira vez, na história da indústria fonográfica, o registro sonoro, também conhecido como fonograma[1], se desprende do suporte físico e assume uma forma fluida e imaterial. A respeito da fluidez e da plasticidade do digital, Silva (2002, p.69) observa que: “A imagem digital fluida, aberta a constantes mutações, desprovida de essência estável, supõe uma nova dimensão comunicacional”. Ao ser convertido em áudio digital[2], o som passou a ser produzido, distribuído, transformado e compartilhado através da internet. O áudio digital, assim como ocorreu com a imagem e a linguagem escrita, rompeu fronteiras espaciais e temporais, mudando o papel e o status do transmissor e do receptor. Santos, E. (2003, p. 223) entende que “as tecnologias digitais podem potencializar e estruturar novas sociabilidades e conseqüentemente novas aprendizagens”.

A educação on-line é fenômeno da cibercultura (SANTOS, 2005) e emerge com a nova modalidade de comunicação mediatizada pelas tecnologias digitais on-line, que permitem a transição da lógica unidirecional da transmissão para a comunicação bidirecional e dialógica da interatividade.

As novas tecnologias digitais on-line possibilitam a criação de ambientes virtuais e interfaces de aprendizagem, onde os usuários, conectados em rede, podem contribuir, compartilhar e interagir na construção do conhecimento. A utilização de softwares livres e gratuitos viabiliza ainda mais a realização dos anseios e investimentos das instituições de ensino com relação à inclusão social e digital.



[1] Fonograma significa música fixada em suporte físico.

[2] O som existe no mundo físico em forma de energia mecânica, ou seja, são vibrações que se propagam no espaço através da variação da pressão do ar. O áudio é uma representação elétrica do som, ou seja, é a variação de impulsos elétricos análoga às variações da pressão sonora. O microfone é um dispositivo transdutor que transforma o som em áudio, a energia mecânica em energia elétrica. O áudio digital é a conversão do áudio analógico elétrico em dígitos binários, números que assumem apenas dois valores possíveis, 0 e 1.

3.3 - Elementos envolvidos na interação e na construção áudio visual dos sentidos

Qual a relação entre o Som e a Imagem? O Som é Imagem? Quando inventaram a televisão muitos acreditavam no fim do rádio! Antes mesmo dessa discussão, no surgimento da tecnologia sonora para o cinema, os cineastas russos Eisenstein, Pudovkin e Alexandrof, assinaram um manifesto conhecido como o “Manifesto do Som”, onde “condenam o cinema sonoro, afirmam a importância de se aprimorarem as técnicas de montagem e enfatizam que a linguagem das imagens, no cinema mudo, seria Universal, sem necessidade de tradução” (Hertz).

No artigo intitulado Linguagem cinematográfica: Concurso de Inteligência ou Experiências Sinestésicas?, Belleboni (2008) observa que Arlindo Machado afirma em seu livro Pré-cinema Pós-cinemas que há outra maneira de contar a história do cinema – a partir de Thomas Edison (1877):

“a primeira ideia de Edison foi criar bonecos falantes, pela incorporação do fonógrafo ao interior do corpo” (Machado: 1997, p.154). Assim, iniciar pelo cinematógrafo dos irmãos Lumière (1895) seria desconsiderar o fonógrafo que já experimentava, mesmo sem êxito, a integração entre imagens e sons. Começar pelo fonógrafo – toca discos – nos permitiria rever a história do cinema e refletir sobre as teorias que o compreendem como uma arte essencialmente visual.

Os profissionais que trabalham em produções audiovisuais estão bem familiarizados com um histórico e frequente confronto onde a imagem é considerada mais importante que som! No cinema mudo a música funcionava apenas como um fundo sonoro aleatório, sem nenhuma conexão com as imagens, ou com a narrativa. Com o surgimento do cinema sonoro o som passou a interagir gradualmente com a imagem em diversos níveis de importância. O som passou de um mero acessório e suporte óbvio do que se passava na tela, ao status de protagonista ou elemento fundamental na construção da dimensão subjetiva da narrativa. Basta assistir aos filmes de animação para perceber como os efeitos sonoros, a música e todo o projeto de Sound Designer (desenhista de som) são fundamentais para dar credibilidade, identidade e emoção aos personagens, em seus respectivos mundos virtuais. No cinema e na animação a produção sonora e musical nos leva a acreditar e a nos emocionar com cenas, ações e atuações que contrariam todas as leis da física! Como não diz o ditado: É preciso ouvir para crer! O que os olhos não veem o coração escuta!

A partir da década de 70 um editor de filmes chamado Walter Murch revolucionou a produção sonora no cinema. Em seu artigo Belleboni (2008) afirma que:

Mesmo diante de todas essas inovações, foi em Apocalypse Now (1979) que chegou ao apogeu do uso narrativo do som cinematográfico, pois a trilha de ruídos ambientais declara-se com um caráter absolutamente não-naturalista. Como exemplos citamos os sons ambientais que passaram para a primeira pessoa da narrativa, expressando os estados emocionais e a exteriorização em sons dos estados emocionais e subconscientes dessas personagens. Essa prática desencadeou em uma maior proximidade entre o interlocutor e o filme, na medida em que estabelece códigos narrativos. Além disto, foi em Apocalypse Now que Murch gerou a terminologia desenhista de som – sound designer -, a quem foi designada a responsabilidade de toda a sonoridade da obra. (cf. MENDES: 1993). Essa mudança na equipe de produção é importante, na medida em que expressa uma preocupação técnica com o todo sonoro da obra, o que antes não ocorria.

O som e a música são imagéticos. Quando ouvimos uma novela no rádio ou uma narrativa, com efeitos sonoros ou com uma produção musical, hora pontuando o texto hora substituindo a própria fala, somos provocados e induzidos a Universos e dimensões imaginárias. O som, tanto da voz quanto dos efeitos e da música, quando bem integrados e interativos, estimulam e estabelecem com o ouvinte uma coautoria. Quem ouve se apropria do som como matéria prima para construir sua própria história, seu próprio roteiro, seu próprio filme. Rodrigues (2006, p.53) observa que “a linguística já demonstrou que o som como tal, como fenômeno físico, não tem nada que ver com as formas sígnicas que podem ser construídas com ele como substância modelável. Ensinou-nos também que uma coisa é o falante como um ser capaz de produzir som outra muito diferente é a fala como som estruturado”.



3.5 - Etapas da Produção

O processo de produção audiovisual, de um modo geral, divide-se em três etapas: Pré-produção, Produção e Pós-produção.

. Pré-produção:

A pré-produção deve ser a primeira etapa em uma produção áudio visual. Nessa etapa elaboramos um plano ou um projeto de produção. Dependendo do tamanho e da complexidade da produção também são incluídos o cronograma e o orçamento. É importante, nesta fase, a elaboração de um roteiro onde se descreve a sequência dos eventos, tanto visuais quanto sonoros, que compõem a narrativa. No roteiro, além do texto, das cenas, locações, etc, também podem ser incluídas informações, determinações ou marcações para a equipe técnica. De acordo com Musburger (2008, p.7)

Um pouco depois de virada do século XX, o rádio virou uma realidade para transmissão de novelas, noticiários e, é claro, comerciais. Os primeiros roteiros de rádio eram parecidos com os de teatro, só que em vez de descrever cenas e ações, completavam o roteiro instruções para os efeitos sonoros e deixas musicais. Os diálogos eram muito mais detalhados, já que as novelas de rádio são, em essência, uma série de diálogos com música e efeitos sonoros que ajudam a estimular a imaginação.

O que deve ou não entrar no roteiro, assim como o nível de detalhamento técnico, pode depender da mídia onde se pretende publicar ou exibir o produto final. Cada vez mais se produz para multimídia, com grande ênfase nas novas tecnologias de informação e comunicação. Atualmente não só as novas produções, mas também o acervo do que já foi produzido originalmente em outros suportes físicos, estão migrando e convergindo para a internet, celulares, iPads, iPhones, etc.

. Produção:

A etapa da produção é realização do projeto em si. Geralmente o processo é conduzido por um Produtor, que não só participa da concepção do projeto, desde a pré-produção (ou ainda antes) como também dirige e assume toda a responsabilidade pelas decisões tomadas durante todo o processo. Normalmente o produtor pode estar subordinado ao “dono” do projeto, ou seja, ao contratante do serviço, ou gestor dos recursos envolvidos na Produção.

. Pós-produção:

Esta etapa envolve a finalização do projeto. É o processo relacionado ao formato do produto final, que pode ser um Master para duplicação de CDs ou DVDs ou formatos de arquivo adequados aos tipos de mídia onde o conteúdo produzido será veiculado. Produção de DVD, CD, Web Site, Aparelhos móveis, Televisão, Rádio, cinema, CDRom, etc.