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3 - Elementos de concepção da Produção em Multimidia
3.2 - Mídias digitais
Nos anos 1970, começaram as primeiras experiências com a comercialização de discos de jazz e de música clássica contendo áudio digital. Também nesta década surge o computador pessoal.Nos anos 1980, devido ao desenvolvimento das novas tecnologias no campo da eletrônica, da informática e do computador pessoal, o processo de digitalização avançou não só sobre os conteúdos sonoros, como também na produção de documentos escritos e nos conteúdos e mídias de imagem; fotografia, vídeo e cinema. Na década de noventa, o CD (compact disc) de áudio digital substitui o disco de vinil e as fitas magnéticas. Paralelamente a esse processo de digitalização ocorria a expansão das conexões e da comunicação através da rede mundial de computadores, a internet. Castells (2005, p. 43) observa que;
Meio inconscientemente, a revolução da tecnologia da informação difundiu pela cultura mais significativa de nossas sociedades o espírito libertário dos anos 60. No entanto, logo que se propagaram e foram apropriadas por diferentes países, várias culturas, organizações diversas e diferentes objetivos, as novas tecnologias da informática explodiram em todos os tipos de aplicações e usos que, por sua vez, produziram inovação tecnológica, acelerando a velocidade e ampliando o escopo das transformações tecnológicas, bem como diversificando suas fontes.
Além do áudio, do texto e da imagem, migraram também para o formato digital os objetos e as tecnologias do sistema convencional de comunicação: o livro, o jornal, o rádio, a tv, o fax, o correio e o telefone. Pela primeira vez, na história da indústria fonográfica, o registro sonoro, também conhecido como fonograma[1], se desprende do suporte físico e assume uma forma fluida e imaterial. A respeito da fluidez e da plasticidade do digital, Silva (2002, p.69) observa que: “A imagem digital fluida, aberta a constantes mutações, desprovida de essência estável, supõe uma nova dimensão comunicacional”. Ao ser convertido em áudio digital[2], o som passou a ser produzido, distribuído, transformado e compartilhado através da internet. O áudio digital, assim como ocorreu com a imagem e a linguagem escrita, rompeu fronteiras espaciais e temporais, mudando o papel e o status do transmissor e do receptor. Santos, E. (2003, p. 223) entende que “as tecnologias digitais podem potencializar e estruturar novas sociabilidades e conseqüentemente novas aprendizagens”.
A educação on-line é fenômeno da cibercultura (SANTOS, 2005) e emerge com a nova modalidade de comunicação mediatizada pelas tecnologias digitais on-line, que permitem a transição da lógica unidirecional da transmissão para a comunicação bidirecional e dialógica da interatividade.
As novas tecnologias digitais on-line possibilitam a criação de ambientes virtuais e interfaces de aprendizagem, onde os usuários, conectados em rede, podem contribuir, compartilhar e interagir na construção do conhecimento. A utilização de softwares livres e gratuitos viabiliza ainda mais a realização dos anseios e investimentos das instituições de ensino com relação à inclusão social e digital.
[1] Fonograma significa música fixada em suporte físico.
[2] O som existe no mundo físico em forma de energia mecânica, ou seja, são vibrações que se propagam no espaço através da variação da pressão do ar. O áudio é uma representação elétrica do som, ou seja, é a variação de impulsos elétricos análoga às variações da pressão sonora. O microfone é um dispositivo transdutor que transforma o som em áudio, a energia mecânica em energia elétrica. O áudio digital é a conversão do áudio analógico elétrico em dígitos binários, números que assumem apenas dois valores possíveis, 0 e 1.