Olá, Pollyanna,
Apesar da 'goteira do ciberespaço', você faz uma boa reflexão sobre o texto da profa Inês Barbosa.
Sabemos que muitos fatores interferem nos cotidianos escolares, de forma positiva ou negativa. Essa visão de que a escola pública não tem qualidade é generalista e, como você afirma, “de fora para dentro”. Isso acontece em todas as áreas das atividades humanas, seja na saúde, transporte, serviços, segurança, etc.. No entanto, há de se separar o ‘joio do trigo’. Por isso, é que se chama a atenção para a substituição da expressão ‘pesquisa “sobre”, para pesquisa ‘nos/dos/com’ os cotidianos. Em geral, as pesquisas ‘sobre’ apontam seus holofotes para o que há de errado nas escolas, para o que não funciona; ao invés do que é bem-sucedido. Isso que contribui para essa imagem negativa das mesmas.
No entanto, nas pesquisas nos/dos/com os cotidianos, quando o pesquisador está engajado, implicado com o ‘campo’, ele não apenas observa ou ouve o que os praticantes têm a dizer, numa atitude de distanciamento e neutralidade; tenta compreender as diferentes lógicas que emergem nesses espaços, disposto a ver e a ouvir, além do que já foi visto e dito, usando todos os seus sentidos para apreender a realidade pesquisada, atento a tudo que nela se passa, repete-se, ou se reinventa.
Em relação à aprendizagem, concordo com você, trata-se de um processo contínuo: aprende-se ao longo da vida, em todos os espaços, sejam formais ou não. No entanto, não se pode subestimar o currículo oficial, e o domínio das competências (conhecimentos, habilidades ecomportamentos) necessárias à formação dos indivíduos para a vida em sociedade.
Você finaliza seu texto indagando:
Estou falando muita abobrinha?
Diferentemente do currículo formal, que concebe o ensino como uma rota, um percurso, que tem começo, meio e fim, passando a ideia de sequenciação e a noção de totalidade, e não admite o erro. Entendemos que o ensino como itinerância, que admite derivas e errâncias, atualizando-se mediante os atos de currículo.
Nossa educação aqui no AVA seria classificada como? A educaçãoformal poderia ser substituída em totalidade pela educação não-formal? Meus conceitos estão corretos?
A resposta a essas questões pode ser encontrada, na abertura deste curso, quando a profa Méa escreve:
"Vamos vivenciar a aprendizagem colaborativa e uma sala de aula online interativa, ouseja, estaremos em rede criando e cocriando o conhecimento via interfacessíncronas e assíncronas aqui em nosso AVA (ambiente virtual de aprendizagem).
Mas o que exatamente iremos aprender juntos? Vejamos a ementa a seguir".
Portanto, trata-se de uma aprendizagem formal, evidenciada pela Ementa apresentada, em seguida, pela professora. No entanto, enfatizo, não se pode desvincular o currículo oficial do método a ser aplicado, dada à complexidade desses cotidianos. Nesse sentido, essa proposta deve ser complementada, assumindo-se o ‘dentrofora’ da escola; uma aproximação desses conhecimentos oficiais aos ‘acontecimentos’ que surgem em outros cotidianos, estabelecendo analogias que permitam entender os cotidianos escolares, tendo em vista trançar as redes necessárias a sua compreensão.
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